A estrada de Varginha, além de não ter E.T. - está sendo asfaltada, então foi prontamente descartada, pois perdeu completamente a graça. Inspirados pela distinta pedalada anterior, resolvemos explorar melhor a região e cedo seguimos de carro para São Pedro. Prestativo como sempre, Sr. Mazolla foi novamente o nosso motorista da hora. Estava num dia inspiradíssimo para falar e impressionou de fato. Nos raros intervalos do falatório exagerado durante a viagem, o “som do silêncio” causava estranheza. Uns 40 minutos depois e com a cabeça zunindo, chegamos ao nosso esperado destino. Ainda rindo da divertida prosa, aprontamos as coisas enquanto o Marcelo tirava as bikes do suporte. Nesse meio tempo, batemos um histórico papo com um senhor de 94 anos de idade. Figura ilustre da cidade e que nos impressionou com sua lucidez e vigor físico (duas condições que frequentemente faltam para nós). Também partidário de uma boa conversa, nos despedimos e deixamos a notória figura continuar a infindável conversa com o Sr. Mazolla e seguimos então, para o Bar do Zezo – distante 20 passos à direita -, para tomarmos o nosso merecido café. Pastelzinho de carne com Coca-Cola bem gelada! Nada saudável, porém – muito saboroso e não há como negar. São Pedro de Alcântara mantém o padrão das cidadezinhas do interior catarinense: praça, igreja, "BESC" e Correios... tudo praticamente na mesma quadra. E esse foi o nosso ponto zero. Numa alegria incomum para o horário, seguimos nosso pedal novamente em direção a pseudoserra. Pois bem, de diferente? Arriscamos uma incerta na “Rua dos Tropeiros”...
O local é fora de série. Só a visitinha na cachoeira já valeu toda a viagem, e isso apenas com 10 minutos de pedalada.
A entrada é bem fácil de encontrar, porém difícil de explicar. Então, é só perguntar para algum nativo da redondeza e seguir o caminho de pedra de seixo rolado, identificado pelo versado em Geologia – o fidalgo Fernando -, numa emblemática explicação por nós, pouco valorizada. Não se preocupem, o pessoal de lá tem o péssimo hábito de acordar cedo e perto das 7h já tem muita gente zanzando pra lá e pra cá e facilmente você encontra alguém para jogar conversa fora e pedir informação.
Além de diferente do usual, esse caminho dos Tropeiros circunda o primeiro morro, evitando um desgaste desnecessário de energia e mantendo assim, a Coca-Cola por mais tempo circulando no nosso organismo.
De início é o mesmo trajeto do Giro anterior. O diferencial: você passa a igreja e na segunda entrada - desta vez “as” direita -, você entra na estrada da “Rocinha”. É fácil. Basta saber ler e não pedalar dormindo em cima da bike (o que é mais difícil do que parece). Há uma placa entalhada bem bonitinha indicando.
Para os admiradores do sofrimento, há uma bela subida de início, mas não perca a esperança. Cedo ou tarde ela termina. Bem mais para o “tarde”, conforme-se.
Lugarejo dos mais belos e pacatos que já passamos. O fato de nenhum carro, moto ou caminhão ter passado por nós, impressionou positivamente. Apenas uma simpática Tobata quebrou a divertida monotonia. Se você gosta de pedalar sossegado, eis o lugar perfeito!
Belo dia de raro calor. Há muito tempo não pedalávamos de bermuda e camisa curta... Boa sensação de proximidade da primavera.
Passamos por um lugar chamado “Egito” (outro simpático vilarejo Hobbit) e nada de esfinge... Porém, fomos atacados por gigantescos Borrachudos, que bem poderiam ter sido considerados uma das 10 pragas antigas do homônimo lugar. E o culpado? Fernando... Que não tinha hora e local melhor para furar mais um pneu. E ele que pedalava tão feliz e sorridente... Inclusive aproveitando o raro momento de sol e já pensando no verão, para mudar o tom OMO* da coloração de sua epiderme. E agora, jaz aí, semiestatelado no chão, trocando pela enésima vez o pneu de sua bicicleta.
* branco total radiante
Mas isso há de mudar!...
“No dia mais claro, na noite mais densa, nenhum pneu furará ante a minha presença. Todo aquele que venera o mal e joga tosqueiras pontudas no chão (pregos, tachinhas, cacos de vidro...) - há de penar, quando o poder do Lanterna Verde enfrentar!”
Esse não é bem um Giro. Diferente da anterior, esticamos a pedalada até em casa. Ao invés de retornamos para Saint Peter – seguimos em frente, rumo à Antônio Carlos. Por lá almoçamos e em seguida nos jogamos na grama da pracinha central para tirar uma revigoradora siesta. Alguns minutos depois, seguimos em direção a indigesta BR-101, já com o tradicional vento na testa empurrando as bicicletas para trás. A comida exageradamente salgada nos fez parar em várias baiúcas pelo caminho: água, refrigerante... O que estivesse mais perto e mais gelado. Ao todo, pouco mais de 75 km em alguma coisa próximo a 5 horas de pedalada. Assemelha-se bastande com o Giro anterior (em direção a Águas Mornas), mas essa região contrária, indo para Antônio Carlos - é mais bonita e melhor para se pedalar. Talvez o melhor passeio que já fizemos pela região da grande Florianópolis. Há belas e duradouras descidas que realmente empolgam. Uma idéia melhor da região - no caprichado vídeo a seguir:
Semana que vem – pausa! Recesso merecido para o maior evento cultural dos últimos 4 anos: show do “The Toy Dolls”..., Pedaladas contando os dias e já se lamentando antecipadamente pela inevitável ressaca nos dias que sucederão tal festança.
Wakey Wakey!
Abraços.
excelentes tbm estão as narrativas do passeio...muito show..!
abraços
Tuquinha
Muito bacana esse pedal!
As fotos ficaram perfeitas, muito belas!
Parabéns, pessoal!
Abraços.