4, 8, 15, 16, 23, 42...
Escrito por: Rodrigo Martins em 29/03/2009

Outra pedalada então. Essa foi extraída do ótimo site TrilhasBR. Ali tem resumo detalhado de várias trilhas com direito a planilha, distância, mapinha by Google earth, tempo de pedal e até roteiro GPS. Tudo mastigadinho, não tem erro - é só criar coragem e pedalar. A aventura da vez foi essa: Trilha Praia do Forte / Praia da Daniela. Bacana demais. Só não contávamos com o estranho senso de humor do autor do referido post. Ele falou - “100% pedalável”... Superestimou nossa capacidade de pedalar. E olha que tem muito sujeito pior do que nós. O bom é sempre ter uma segunda opinião e a nossa é essa: “Empurrável” em quase 100%! Essa é a nossa verdade de fato. Para o meu completo desespero, saímos bem cedo. Cedo mesmo, tipo 5h30. Antes isso do que o sol na testa, pensamos. Não adiantou muito, por que esse tempo que adiantamos perdemos trocando a câmara-de-ar que mais uma vez teve seu bico quebrado em mais uma frustrante tentativa de encher manualmente com aquelas minibombas que tem que socar um milhão de vezes para encher a metade do pneu. Nenhuma surpresa e é até normal em se tratando de uma pedalada nossa.

Pouco movimento na SC-401. Muito tranquilo pedalar nesse horário.

Esse é o ponto zero. A cruz parecia um aviso, mas como ela nem estava de cabeça para baixo, fingimos que não era conosco e seguimos em frente. Pelo jeito, não era mesmo, por que deu tudo muito certo e foi um dos pedais mais divertidos que já fizemos até agora.

Até certo ponto é bem fácil seguir a planilha, depois ela vira uma loteria. Muita escolha  direita ou esquerda, foi na sorte. A lógica era só seguir o caminho, mas o mato cresceu demais e não tínhamos nenhuma referência.

A vista lá de cima é fantástica e até dá para entender por que tantos turistas que passam as férias por aqui não voltam mais para casa.

Parecia fazer um bom tempo que nenhum ser humano passava por ali. Vou mais além - ali nem disco voador pousa há algum tempo... A única coisa viva que encontramos no caminho foi essa nada simpática vaca. Parecia estar nos amaldiçoando com seu olhar imponente. – Fujam terráqueos! Foi o que ela disse na nossa interpretação. Mas como não somos psicólogos intergaláticos nem nada, seguimos em frente. A vaquinha, pensando bem, era até super bonitinha. O excesso de mato é que nos deixou momentaneamente paranóicos. 

Nos sentimos no meio de um episódio de LOST e em algum momento nos sentimos realmente perdidos. Menos mal, pois não havia monstro de fumaça algum e não encontramos nenhum sinal dos números malditos, sendo que a vaca foi o mais perto que chegamos de um urso polar...

Chegar à praia foi realmente uma ótima sensação de alívio. Ver outros seres humanos nunca foi tão agradável. Um momento de desconsolo geral lamentando a queda dupla na pedra sabão... Houve um mínimo arranhãozinho na Scott do Marcelo. Quem conhece a figura, deve imaginar a lamúria que foi...

De resto foi só pedalar de volta num sol insuportável de perto do meio-dia. Deu pouco mais de 4 horas e meia de pedalada. Quase 70 km de distância e um AV de 14,7. Sei que quando chegar o inverno não poderemos mais colocar a culpa da velocidade média baixa no calor, mas até lá - pensamos numa desculpa melhor...

Sei, sei... Também te amo.

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