No domingo de manhã, depois de botar a fofoca em dia com a Dona Shirley, saímos no pinote e antes mesmo das 9h já estávamos na estrada pedalando. Thor em mais um dia de excelente humor, nos proporcionou outro dia fantástico.
Diferente dos dias anteriores, esse trecho foi todo pedalado no asfalto. Teve a subida inicial de praxe, mas depois muito tempo descendo tapete preto abaixo.
Difícil dizer, mas esse terceiro dia, mesmo pedalando somente no asfalto, foi provavelmente a parte mais bonita de toda a pedalada.
“Era uma vez um sábio chinês que um dia sonhou ser uma borboleta voando nos campos e pousando nas flores, vivendo assim um belo sonho... Um dia ele acordou e para o resto de sua vida carregou uma enorme dúvida... Seria ele um sábio chinês que sonhou ser uma borboleta ou era uma borboleta sonhando ser um sábio chinês?...”
Há suspeitas que o excesso de sol, morro, vento e uma dieta a base de X-Salada afetaram diretamente o nosso juízo.
Sério! Esse é o último em um bom tempo. Assim pelo menos esperamos.Lanche horroroso! Já em Águas Mornas, nada mais justo do que prestigiar a região e beber o nosso Guaraná aqui de Rancho Queimado. “Pedaladas” recomenda: Guaraná, só Pureza!
E quem diria que um dia ficaríamos felizes por estar chegando em Palhoça.
Depois de mais de 200 km pedalando juntos, nossa última parada para o suspiro final. Aqui nos separamos, Marcelo seguiu em frente rumo a Barreiros e eu para a direita, em direção ao Estreito. Viajar é sempre bom, mas voltar para o aconchego de nossas casas também! Acho que falo por mim e pelo Marcelo. Foi uma experiência fantástica mesmo. Há os percalços naturais do tipo acordar cedo ou ter que regrar sua alimentação a base de X-Salada, porém a satisfação de cada etapa conseguida é indescritível. O grande segredo é ir e se divertir, a pressa só vai deixar o passeio menos prazeroso. Não haveria sentido pedalar por lugares tão bonitos sem ao menos poder parar e admirar o local. Parar para fotografar às vezes é meio xarope, porém guardar essa experiência só para nós, faria menos sentido ainda. Tudo bem que o tamanho do morro assusta um pouco as vezes e o forévis depois de cinco horas pedalando – dói pra burro! O certo é que quando não compreendemos a dor ela nos dilacera, mas quando entendemos seus fins - ela nos aperfeiçoa! Vou parar com esses proverbiozinhos chineses, prometo!, pois a desculpa do sol na cabeça já não cola mais há uma semana.Aos que querem se aventurar com alguma coisa parecida:
1º - Uma boa revisão na bike é fundamental. Para essa pedalada - fizemos a revisão na "Stop Bikes".
2º - Numa pedalada mais longa como essa, o alforje é fundamental. Fazer aquelas gambiarras com a garupa e mochila amarrada achando que é a mesma coisa era puro delírio nosso. Procuramos por um bom tempo e o melhor custo/benefício entre os alforjes de certa qualidade que encontramos foi o da Alto Estilo. Custa em média, aproximadamente a metade do valor do alforje de outras marcas mais conceituadas e que na nossa opinião, não perdem muito em qualidade. Algumas bikes não vem com os furos específicos para se colocar a garupa (onde o alforje é preso, para os desavisados) e para fazer esse tipo de adaptação é necessário um bom torneiro-mecânico ou um gambiarreiro profissional. Caso optem pelo primeiro, vai aqui uma excelente opção: Usinagem Martins. O Evandro é um grande amigo e excelente profissional. Qualquer serviço de solda ou usinagem que for preciso (não só para a bike) é só ir lá que garantimos a qualidade.
3º - Capa de gel para o selim é bom! Apesar do peso extra, vale a pena.
4º - Bebida isotônica e água mineral em excesso é desnecessário. A globalização meio que obrigou as cidadezinhas e pequenas localidades do interior a manterem o seu comércio aberto aos domingos e feriados religiosos, facilitando assim a compra desse tipo de produto. Barrinhas energéticas e carboidratos em gel é interessante levar tudo de casa que os donos desses botecos, na maioria, sequer sabem que esse tipo de coisa existe.
5º - equipamentos obrigatórios: capacete, farol, pisca traseiro, dois suportes para as caramanholas, câmaras-de-ar sobressalentes e toda parafernália de ferramentas necessárias para qualquer tipo de imprevisto. Equipamentos que não são obrigatórios, mas que é bom ter: ciclo-computador, bermuda de ciclista, luva, sapatilha (ou pedaleira ao menos), óculos, mapa rodoviário (ou um GPS de preferência) e capa de chuva.
Acho que é isso... Não esquecer o protetor solar e de resto é só abandonar a preguiça, criar coragem e cair na estrada.
Nossos agradecimentos:
Vanderléia pelo eterno suporte; Sr. Mazolla pela diligência; Família Uliano pela hospitalidade e em especial a Tia Irene que nos abrigou e alimentou; Nossos pais que mesmo ficando aflitos com nossas peripécias, ainda assim sempre nos apóiam; Douglas David que pacientemente procurou, comprou e trouxe o pocket PC “made in USA”; Evandro por ter conseguido adaptar a garupa para mim; Jean Kindermann (único que ligou para saber se estávamos vivos); ao Senhor do Tempo que soprou a chuva para bem longe... E, principalmente – a nós mesmos: os comparsas Rodrigo e Marcelo, sem os quais a viagem não teria acontecido, obviamente.
No início da noite, parcialmente recompostos, fomos comemorar a façanha no até então melhor restaurante chinês do mundo: o saudoso e já findado LAI-LAI, com opções que realmente eram fora do comum. Yakisôba clássico + bifum Não tinha erro.
Para finalizar, o último videozinho de alguma descida entre São Bonifácio e Águas Mornas ao som de Back in ’79 da melhor banda do planeta: The Toy Dolls...
É que não tem como ficar muito tempo sem visitar o site de voces...(E estou no aguardo das novas aventuras...)
Tenho um apreço enorme por cada um de voces...
Se quizerem conhecer Fortaleza, o convite ta feito ok?
Beijão.
Cíntia Oliveira
Alô alô pedaladeiros!!!!
Que legal! Que bonito passeio e que bonita trilha! As paisagens, o dia, as flores, as bikes! Tudo perfeito!
Que pontesinha fofa!
Parar para fotograr é demais e faz parte da aventura gente!
Continuem pedalando, mesmo com guaraná pureza.
Então é isso.
Maria Teresa Teca