Conhecendo melhor nossa "Santa & Bela Catarina" – a 3ª viagem... 8 de 9: contando com a boa vontade do destino...
Escrito por: Rodrigo Martins em 07/08/2011

O dia não começou muito bem, pois acordamos tarde e quase perdemos o café da manhã. Antes tivéssemos ficado na cama e dormido mais um pouco. O indigno desjejum só não foi pior por que conseguimos mendigar um Chokito com a dona do recinto, o que fez parecer o início da manhã não tão ruim. Marcelo saiu bem cedo para barganhar um novo pneu e aparentemente voltou satisfeito. O arquivo do GPS que continha a rota do dia deu erro. Utilizamos sem sucesso o computador da prefeitura e posteriormente tentamos a sorte em mais duas lanhouses. Sem paciência para esperar a lentidão da internet local, resolvemos iniciar o dia improvisando. Sabíamos que estávamos em Massaranduba e que tínhamos que chegar a Blumenau. Conversamos com alguns moradores e trocamos algumas idéias, pensamos, discutimos, olhamos para o mapa do aparelho capenga, e... seja o que Jaga quiser! Seguimos nosso rumo sem ao menos saber por onde ir...

DIA 8 – DE MASSARANDUBA À BLUMENAU GUIADOS PELA VISÃO ALÉM DO ALCANCE...

Fernando não estava muito contente. Achei melhor abaixar a cabeça, segurar a risada e não cruzar o olhar. Sabia o que ele estava pensando. Depois de tanto tempo, estava mais do que na hora de aprender a mexer no GPS e prever esse tipo de coisa. Seu olhar crítico silenciosamente cobrava isso. De alguma forma ele até tem razão, porém pedalar sem poder irritar os amigos não teria a mesma graça. Roberto estava quieto demais e isso é sempre preocupante. Ou fez alguma bobagem ou tão logo fará... Não é pessimismo, apenas estatística. Bastante atrasados, reiniciamos a peculiar jornada já perto do meio-dia. De início foi algo parecido com o planejado, pedalando por uma simpática estradinha de chão que serpenteava paralelamente a SC-413...

Otimistas com a boa vontade do destino, seguíamos contentes até descobrirmos que a ruela não tinha saída. Voltamos um pequeno trecho, nos aprumamos e seguimos caminho pelo asfalto. Entregues a sorte, combinamos que entraríamos na primeira saída de estrada de chão que encontrássemos pela frente, apenas conferindo eventualmente no GPS se estávamos pedalando (ao menos) na direção correta.

Impressionados com a beleza da região, em algum momento acredito até que todos ficaram felizes com a incapacidade do Rodrigo de manusear o GPS. O improviso deu certo até demais! O local era fantástico e fazia um ensolarado dia perfeito. Estrada boa, poucos carros, paisagens exuberantes, a feliz inexistência de grandes subidas e o Roberto sem reclamar de nada.

As coisas estavam dando muito certo, até que - seguindo a lógica, fantasticamente Robertinho conseguiu arrebentar sua corrente... Como? Melhor nem saber. Nesse exato ponto da viagem não estávamos nada contentes com ele.

Prevenidos, os dois pseudomecânicos tentaram a sorte grande com um canivete multifunção com extrator de pino de corrente made in China. que quebrou no seu primeiro e único uso. Bons tempos aqueles em que as coisas eram fabricadas no México. Enfim, olhamos feio para o Roberto e demos a sentença: - vai empurrar a bicicleta para aprender! Não estávamos tão longe da civilização, então o fator drama foi apenas moderado. Pelo caminho, outra bem aventurada alma resolve ajudar o pobre Roberto. Comovido com a cara de desenganado dele, o anônimo bom samaritano que possuía uma mini oficina no quintal de casa, fez uma delicada bruxaria e restaurou a enfadonha corrente da bike do cidadão que pedala conosco. Nada cobrou e todo o trabalho que teve foi apenas pelo simples prazer de ajudar o próximo. Atitude admirável, ainda mais se levarmos em consideração que o “próximo”, no caso, seria o xarope do Roberto...

Nesse meio tempo, um pouco depois das 16h, paramos numa birosca qualquer (a única que encontramos...) e enchemos parcialmente a barriga com biscoitos de marca diabo e nojeiras semelhantes. Era o que tinha e esse (infelizmente) foi o nosso almoço. Seguimos pedalando estrada de chão afora até encontramos a SC-474, onde paramos para esperar o Roberto. Ressabiado, porém aliviado, bem mais tarde nos reencontrou todo sorridente. Na certa imaginou que o havíamos deixado para trás, embora muitas vezes durante a viagem não tenha faltado vontade. O problema é que gostamos muito dele e isso dificulta tudo.

Em seguida, um generoso presente do destino: uma grande descida e sem o pedágio de uma grande subida. Beiramos os 70 km/h numa bela ladeira de asfalto perfeito e, num instante - já estávamos na saudosa Blumenau, terra da melhor festa do planeta. Oktoberfestmaníacos que somos, seguimos direto para o Parque Vila Germânica (mais conhecida pelos saudosistas como PROEB). Estacionamos nossas bikes e aproveitamos para esticar um pouco nossas maltratadas pernas. Pepsi-Cola para uns, caldo de cana para outros... Descansamos o suficiente e antes que fôssemos totalmente dominados pela preguiça, demos continuidade ao nosso tour pela bela cidade.

O assunto recorrente quando parávamos para conversar com os terráqueos locais era o tal do twister do dia anterior. Alguns demonstraram surpresa por estarmos vivos e a julgar pelas várias ligações que recebemos (em virtude das várias reportagens vinculadas na TV pelos canais locais) – o temporal parece ter sido feio mesmo.

Matado a saudade do nosso lugarzinho especial e acionado a contagem regressiva (menos de 60 dias para a Oktoberfest 2011...), prosseguimos nossa aventura dando um amplo passeio pela cidade pedalando bem na hora do rush no complicado trânsito local. Chegamos ao aconchegante e incomum hotel (decorado com a curiosa temática egípcia, com direito a mini esfinge e tudo o mais) um pouco depois do sol se pôr. Como estávamos menos cansados que o habitual, resolvemos arriscar uma longa caminhada até o shopping em busca de um sonho coletivo que já durava alguns dias: comer arroz com feijão! Estufamos a pança (de forma merecida) sem cerimônia alguma. Com a caminhada de volta, abriu-se um lugarzinho extra no estômago. Não muito, mas o suficiente para passarmos no supermercado e renovarmos nosso estoque de chocolate. Conversamos até tarde da noite, felizes o suficiente para estar sem sono algum. Uma última olhada nas amadas bicicletas antes de apagar as luzes e, já num estágio avançado de desarranjo mental, falamos para elas: - só mais um dia! Só mais um dia... 

Penúltima etapa cumprida, de barriga cheia (com arroz e feijão!), não muito cansados e bastante felizes! Afinal de contas, restava apenas um único dia... Embora Fernando estivesse irritado com o Rodrigo, pois esse não sabe mexer no GPS; o dono da bicicletaria estivesse irritado com o Marcelo, pois esse aporrinhou o saco até conseguir o desconto que queria; Roberto estivesse irritado consigo mesmo, pois o mesmo arrebentou sua corrente e teve que empurrar (de forma merecida) a bicicleta por um bom bocado; e todos estivessem irritados com o Roberto, pois esse não sabe brincar de pedalar...

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Ter, 09 de agosto de 2011
Por: Waldson
Ora, ora, irritados amigos, que belo dia! GPS e corrente quebrados fazem parte do ciclotur! O duro é quando a gente é que fica quebrado, hehehe!
Olha, vocês fizeram a coisa certa: nada como um arroz e feijão para trazer sonhadores cicloturistas á realidade. É bão demais, sô!!!

Gostei das fotos! Muito bonitas retratando fielmente as paisagens locais.

Parabéns!

Por ora só vou ficando com água na boca!

Grande abraço!