Com cada qual vivendo na sua respectiva dimensão, acaba ficando difícil marcar esses nossos pedais comunitários e quando o universo conspira a favor, convém nos mexer. Como nenhuma corrente é mais forte que o seu elo mais fraco, resolvemos iniciar a brincadeira de domingo saindo debaixo da sacada do casulo aonde hiberna o nosso amigo Roberto, que há tempos vem nos despistando quando o assunto é pedalar. Para poder contar com a rara presença dos quatro famigerados tivemos que acordar bem cedo, o que sempre acaba me deprimindo. De madrugada, Balneário Camboriú parece ser bem mais longe do que realmente é e nessas horas, ter um amigo chato que não gosta de dormir é um privilégio (missão: volante). Ao contrário de Florianópolis que fazia um inusitado calor fora de época e fora de hora, Balneário Camboriú amanheceu gelada – o que gerou um baita arrependimento coletivo. Ligado o GPS, foi só seguir os apitos. O vento gelado contra dificultou um pouco o demorado processo de acordar e penamos no vagaroso início. Para facilitar o preguiçoso começo de dia, nada mais simples do que a primeira parte do pedal: vinte quilômetros pela BR-101 e mais quinze zanzando pela SC-470 até a belga Ilhota. Tudo feito majestosamente num único suspiro.
Não tinha Leffe, o que nos obrigou a ir de Nescau no café da manhã. Padaria bacana e bem escondida nos confins do pequeno município. Pensativos e estarrados na calçada, esticávamos nossas pernas enquanto o sol dava um tom mais humano as nossas fantasmagóricas carcaças moldadas pelo rigoroso inverno catarinense. Pausa digestiva antes do segundo e último suspiro.
Havia mais de trinta dezenas de dias que não pedalávamos os quatro juntos, o que fez desse passeio algo especialmente diferente. Um pouco fora de ritmo, rendemos até acima do esperado - o que nos fez ter esperança de uma viagem menos sofrida neste ano (modo morro: desligado – de preferência).
Até cruzar a SC-486 é praticamente um segue reto toda vida por uma formosa estradinha de terra muito tranquila de se pedalar. Após sair do perímetro urbano da pequena ilha, segue-se um ziguezague dos infernos e sabe-se lá aonde iríamos parar se não fosse o amigo GPS.
A exceção do forévis lascado, chegamos particularmente muito bem, inclusive o paciente Roberto (hilariamente marcado pelo destino na foto acima). Um pouco cansado apenas, embora muito satisfeitos pelo proveitoso domingo ensolarado. Com muita fome e na expectativa de algum horroroso X-Salada pela frente, Roberto numa bondade daquelas sem precedentes, resolveu abrir a pizzaria exclusivamente para a plebe sofrida. Sempre o consideramos um Mestre na arte de fazer pizza, mas após passar boa parte do dia pedalando... certamente ele foi elevado ao patamar de divindade entre os pizzaiolos. O esfomeado populacho garante: pizza de camarão celestial made in Roberto - é a melhor da galáxia.
Ainda bem que para nós, no caso - que nesse país tudo termina em pizza.
Gostaria de parabenizá-los pelo site! Muito bem bolado!
Sou louco por bicicletas e é interessante encontrar entusiastas!
Diga-se de passagem... gaúcho fã de Floripa, já tendo realizado a volta de bike pela ilha (uns dois anos atrás, com o pessoal de Santa Crruz do Sul-RS) e perdido, temporariamente, pelas bandas do Pará...
Abraço!
Pizza? Nada melhor depois de uma pedalada!
Abraços!!
Grande cicloabraço!
Waldson