Um dia teríamos que retornar aos costumeiros pedais dominicais, embora a ideia de se entregar totalmente a preguiça e passar boa parte de um gélido domingo dormindo, seja bastante convidativa. Fernando foi viajar de carro com os pais e deixou passar essa. Ainda que não tenhamos acreditado nisso, Roberto insistiu em dizer que foi à missa e, bastante desconfiados, acabamos dando crédito ao estimado colega. Acordamos cedo, muito cedo. O tempo não estava nada bonito e até arriscamos um duplo telefonema na esperança de um convencer o outro a desistir. Nada feito e pouco depois das 7h já estávamos pedalando. Exageramos um pouco no longo recesso e a sensação era parecida com a de estar pedalando pela primeira vez, pelo menos no que diz respeito ao contato banco/forévis. Tínhamos uma rota traçada no GPS, mas não botamos fé no brinquedo desta vez e em cima da hora acabamos improvisando o percurso. Seguimos então para Biguaçu (mais ou menos sem saber por onde ir), para novamente explorar a bela região de Sorocaba e cercanias...

Essa região é costumeiramente visitada por nós. Relativamente perto de casa, com inúmeras estradinhas bacanas e com pouquíssimos carros transitando (exceção de Tobatas e CGs). Afora o fato de não existir grandes subidas, o que para nós é sempre um atrativo ponderador.

Sem um destino específico em mente, seguimos pela longa estrada geral de Sorocaba e a cada encruzilhada perguntávamos para algum desocupado morador madrugador (provavelmente ansioso pela hora da missa) para trocar alguma idéia sobre por onde poderíamos pedalar. Gentilmente nos foram indicados vários trajetos.

Como já havíamos feito boa parte daquilo que nos foi indicado, resolvemos seguir por uma estradinha que parecia ser inédita para nós. Em algum ponto dessa tal estrada geral, perto da igreja principal, quebramos 90° à direita e seguimos em direção a BR-101, serpenteando uma bela estradinha de chão batido. De fato nunca havíamos pedalado por lá e ficamos ainda mais encantados com a região.

Ao encontrar a pouco simpática 101, foi só abaixar a cabeça e seguir em frente, sempre torcendo pelo bom senso dos motoristas imprudentes que parecem ignorar a presença de nós - simplórios ciclistas. Paramos numa bodeguinha tradicional para respirar e tomar um gelado caldo de cana e ligamos para os dois comparsas no intuito de averiguar se seus álibis eram consistentes. Fernando realmente parece ter ido viajar com os pais. Entretanto, o senhor Robert... Esse, definitivamente, ao que tudo indica, passou a manhã de domingo dormindo. O vento a favor nos causou estranheza, pois até então, isso nunca havia acontecido (pelo menos naquela região). Aproveitamos o singular momento e o benevolente sopro a favor para acelerar a pedalada (dentro do que nossa crônica preguiça nos permitia). Chegamos cedo em casa, um pouco depois do meio-dia e ainda conseguimos pegar o almoço quentinho. Não choveu, chegamos moderadamente cansados e satisfeitos por contabilizar mais 72 km rodados na nossa conta. De volta à ativa... finalmente.